Entrei aqui hoje e fui logo acarinhado pelo cheiro intenso a castanhas cozidas. O cheiro doce, com um toque de vinho tinto, é inconfundível com qualquer outra iguaria da época. Não gosto de castanhas e até deu pena recusar. Toda a gente em todos os lugares tinha um pratinho com elas e só aó me lembrei que era dia de S. Martinho. Pedi o meu café e, na onda da comemoração, um copo do vinho tinto novo que estavam a beber os homens, clientes obviamente habituais deste lugar. Era um clarete fresquinho e bastante agradável mas, pelo que percebi, não é o vinho habitual deste lugar. É daqueles lugares que dá pena entrar com pressa, de tão simpáticos que foram. O senhor ao meu lado pegou na deixa das castanhas e começou logo por perguntar-me porque é que não gostava. A conversa foi muito agradável e todo o ambiente do lugar era afável, como se a sala de estar da nossa avó tivesse sido transformada num café da Mouraria. Eu sei que é um pouco rebuscado mas tentem imaginar. Infelizmente estava mesmo com o tempo apertado e não pude alongar-me. Da próximo venho com mais tempo para o clarete.