Teatro Ibérico

Já não vou há muito tempo ao Teatro Ibérico mas guardo uma recordação forte da última vez que entrei no seu espaço sumptuoso. Eu fazia anos e vim aqui com os meus amigos para vermos uma festa de danças celtas. Ao princípio ficámos na plateia a observar mas, às tantas, já estávamos todos a dançar no palco, de mão dada, a saltar à roda. Foi uma experiência feliz. Não tenho acompanhado a programação mais recente deles mas sempre achei os seus espectáculos interessantes.

Vim ao Teatro Ibérico assistir a uma peça de teatro de um amigo meu. Na recepção ouvia-​se o álbum nocturno, de Bernardo Sassetti, sendo que, logo aqui, foi possível apreciar o bonito painel de azulejos azul e branco que revestia a parede. Entretanto, fez-​se hora de entrar e passei a cortina de veludo vermelho para entrar na sala que não decepcionou.
O palco é, pura e simplesmente, maravilhoso, preservando a estrutura arquitectónica das portas/​arcos do antigo convento. Quanto aos assentos, estes são confortáveis e permitem boa visibilidade.
Recentemente, regressei a este espaço, desta feita para participar num concerto e baile de danças tradicionais europeias. O palco adequou-​se perfeitamente à iniciativa que foi, para mim, um sucesso.

Toda esta zona esquecida da cidade, cheia de conventos e mosteiros, antigas quintas com palácios fantásticos e um dos melhores museus que a cidade de Lisboa tem para oferecer, foi no Teatro Ibérico que vi o princípio de uma transformação que eu espero que seja para continuar. Confesso que não gostei muito do pequeno concerto que vim aqui ver mas que fiquei fascinado com o espaço. Este é provavelmente uma das salas de teatro mais fantásticas de Lisboa, pensada numa igreja de um antigo convento que passou a fábrica e passou a teatro. Lindíssimo.