Desde a primeira vez que vim à Galeria São Mamede para a exposição de um amigo pintor — já lá vão uns trinta anos — entro sempre que lá passo, sejam quais forem as exposições. Sou completamente apaixonada pelo espaço, pelo silêncio. É quase como entrar numa igreja. E o que estiver de momento é sempre um bónus. Seja de alguém conceituado, seja de um jovem artista, sejam esculturas, pinturas, desenhos ou fotografias, tudo brilha naquele espaço. Neste momento tem patente uma exposição da escultora Shintaro Nakaoka, que adoro. A vista valeu por duas.
Igor P.
Classificação do local: 4 Lisbon, Portugal
Cada visita que faço à Galeria de Arte de São Mamede é sinónimo de uma nova descoberta. Descoberta de uma inquietante maneira de ver o mundo. Descoberta de um estilo belíssimo e inigualável. Descoberta de novos autores contemporâneos. Por exemplo, apesar do percurso prestigiante e longo, não conhecia o pintor Guilherme Parente, autor da exposição «Nau Catrineta e Outras Viagens», que esteve patente há uns quatro ou cinco anos. Falha minha. Mal espreitei os primeiros quadros, apaixonei-me imediatamente pelos trabalhos deste artista, que me captaram a atenção através das suas cores muito vivas(quase garridas). Por outro lado, há um mês, fui um dos sortudos que teve a oportunidade de conhecer o trabalho de Pedro Moreno Ramos, na primeira exposição individual deste novato escultor. Com as suas obras em madeira, Pedro explora o corpo humano, com foco exclusivo no movimento das pernas: de um equilibrista, de um acrobata, de um espetador…
Mafalda O.
Classificação do local: 4 Lisbon, Portugal
Sendo eu uma apaixonada por arte contemporânea, já visitei por diversas vezes esta galeria. A arquitectura do edifício pombalino, por si só, justifica uma visita. Os tectos arqueados, as diversas salas muito bem iluminadas, as amplas escadas entre pisos. Como esta galeria é provida de excelentes envidraçados, sempre que passo pela Rua da Escola Politécnica, tento perceber se o acervo mudou. Nesta galeria já vi expostas as maravilhosas esculturas em resina de poliéster da autoria do Pedro Figueiredo — «os patudos»(como lhes chamo), que eu aprecio muito. Também as «pernas incompletas» em madeira de Pedro Moreno Ramos que espreitavam nas montras, as pinturas da Armanda Passos, além de obras de artistas mais conceitados como Cesariny ou Cruzeiro Seixas, por exemplo. Mas gosto muito desta galeria porque se dedica à divulgação dos novos artistas. Anda-se à vontade, ninguém incomoda. É claro que a obra artística nunca é barata nestes lugares. Ou se calhar até o é, um dia mais tarde veremos.