Centro Comercial da Mouraria

Aqui entra-​se numa outra dimensão… Já do exterior se sentem os vários cheiros que lá dentro se misturam. Ao entrarmos temos acesso a uma multiculturalidade mercantil extraordinária. Aqui misturam-​se várias culturas e podemos encontrar os verdadeiros produtos para confeccionar os vários pratos típicos de todas elas. A oferta é de facto surpreendente e, parece que a qualidade também, não fosse este o centro compras de eleição de uma parte da comunidade emigrante de Lisboa e arredores.

As pessoas não têm noção do mundo que há neste centro comercial. E quando digo «mundo» é mesmo mundo porque é um espaço multiétnico muito interessante. Há lojas de indianos, paquistaneses, chineses, brasileiros e africanos, onde se pode comprar roupa, acessórios, produtos cosméticos e comida de todos estes países, mas também outras coisas como malas, brinquedos ou até mesmo substituir o vidro do iphone por um preço muito convidativo.
As minhas lojas preferidas são as indianas. Conheci-​as quando fui a uma festa temática e precisava de um sari baratinho. Há saris e acessórios mesmo muito bonitos que, apesar de não serem tão baratos como o que eu levei à festa, valem bem o seu preço. Também é muito interessante ouvir as sugestões e explicações sobre os trajes e costumes.

Ainda me lembro de ir a passar no metro do Martim Moniz e desfrutar daquele típico cheiro a caril! Neste momento a praça é chamada de mercado de fusão e não poderia estar mais de acordo com o que agora ali se vive.
Nesta zona e neste centro comercial podemos encontrar essencialmente lojas chinesas e indianas e é também o delírio para quem quer encontrar material como tecidos, feltros, missangas, etc. Aqui encontramos de quase tudo, e muitas das coisas que temos dificuldade nas grande superfícies, e a melhor parte, a preços bastante simpáticos.

Ambiente multiétnico, agitado e ideal para quem não quer dispender de muitos euros em compras e serviços; mas é necessária a devida paciência para explorar e descobrir as melhores opções consoante aquilo que se procura. Como artesã que também sou, já sou cliente habitual de algumas das lojas onde me abasteço de material para executar as minhas bijutarias e outros acessórios mas também confesso, «até os chineses já se esticam nos preços». Africana e Indiana são outras das nacionalidades que por ali (co)existem com a Chinesa. Mas quem as procura com frequência são os atentos ciganos, sempre de «olho no negócio» precavido de regateio. Enfim, «uma fusão à disposição!».

É a Chinatown não oficial de Lisboa. Além disso, um lugar com o mesmo nome de uma mítica canção dos Mata-​Ratos tem de ser bom. No Centro Comercial da Mouraria (CCM) o comércio não se resume às lojas dos chineses. Aqui podemos encontrar vendedores de tecidos, lojas de informática, produtos capilares africanos, calçado e o som permanente de fita adesiva a ser colada e descolada de caixas de cartão. Há lojas de tecidos óptimos e a preços bastante convidativos. É esta panóplia de lojas fora dos circuitos comerciais do costume e a sua etnicidade, que confere ao espaço um carisma tão particular. O português fica à porta enquanto língua oficial e devemos prepararmo-​nos para não entender e não ser entendidos.
Num dos pisos inferiores há uma lojinha óptima onde normalmente compro especiarias, quiabos e banana-​pão. Apesar de ser um centro comercial é um lugar exótico cheio de vida e variedade. No fundo, é como fazer turismo enquanto fazemos as compras do dia-​a-​dia.